Não respeitaram a velhice prioritária dos antigos sonhos sem manuseio, nem o inflamável desejo resguardado, o perigo explosivo das emoções em gavetas empoeiradas e sufocantes, sem ar, sem liberdade.
Vieram todas como quem desce a ladeira num tropeço, sem pés, sem freios. Emboladas numa só, coisa e sentimento, alegria e desespero, sonho e pó. Sujas, feridas, ardidas, pois saídas dos invólucros seguros que as impediam de respirar. Vivas, como nunca, apesar da morte. Fim último de tudo, encontro definitivo das coisas deixadas para amanhã.
Foi-se a alma descansar, cansada de tanto fazer nada. Ficou a vontade, sem ter onde gastar.
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